CGI.br apresenta resultados da TIC Microempresas 2007
Primeira edição da pesquisa revela baixo índice de uso da rede para otimizar negócios
O Comitê Gestor da Internet no Brasil — CGI.br (http://www.cgi.br), por meio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br) apresenta a primeira edição da TIC Microempresas, referente ao ano de 2007. O estudo contempla estabelecimentos com até nove funcionários, baseado em critérios de classificação utilizados pela Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD) e pelo Gabinete de Estatísticas da União Européia (Eurostat). O objetivo é traçar o perfil tecnológico das empresas brasileiras com 1 a 9 funcionários, bem como identificar as principais diferenças no uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) em relação aos estabelecimentos maiores.
De acordo com a pesquisa, somente 81% das microempresas possuem acesso ao computador e um percentual ainda menor (69%) tem conexão à rede, enquanto estabelecimentos de maior porte apresentam uso de computador e Internet acima dos 90%. Quanto ao uso da rede para otimizar negócios, detectou-se que 74% das empresas com até nove funcionários não possuem website e 36% não realizaram nenhum tipo de substituição do correio postal por meios eletrônicos. “De maneira geral, os números da TIC Microempresas 2007 mostram que o potencial de desenvolvimento oferecido pela Internet ainda não é devidamente explorado pelas pequenas empresas”, comenta Mariana Balboni, gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br).
Mesmo que o uso das TICs em microempresas seja menor, o percentual de funcionários com acesso à rede nas pequenas é significativamente maior. Nas microempresas, 77% dos funcionários em média acessam a web, enquanto nas empresas com 10 funcionários ou mais esse percentual é de apenas 43%. “Essa diferença significativa provavelmente reflete o fato de que nas pequenas empresas um funcionário exerce múltiplas tarefas, e dentre elas, atividades realizadas via internet. Já em empresas de maior porte, há maior diversidade de funções e muitas delas não exigem o uso da rede”, diz Mariana. A pesquisa mostra que 74% das microempresas brasileiras utilizam serviços de governo eletrônico, o que parece ser resultado de um esforço das políticas públicas na implantação da infra-estrutura necessária e no desenvolvimento desta modalidade. Entretanto, essas iniciativas ainda não se mostram suficientes, pois o contato com órgãos públicos pela Internet ainda é consideravelmente maior em estabelecimentos com mais de 10 funcionários (89%). “Muitas empresas deixam de aproveitar ótimas oportunidades de negócio com seus clientes ou até mesmo com órgãos públicos”, diz Mariana. “Leilões do Governo e outros serviços de Governo Eletrônico, assim como o comércio eletrônico são ótimas opções não somente para o cidadão, mas também para o microempresário, que pode tornar boa parte de seus contatos mais produtivos”, ressalta.
Entre as pequenas empresas que utilizam Internet, o comércio eletrônico é uma ferramenta de grande relevância: empresas com até nove funcionários que já fizeram compras online são 43% do total de entrevistadas e 27% declararam ter recebido pedidos nos últimos 12 meses. Entre as empresas maiores, os percentuais são 64% e 45% para cada uma das modalidades de e-commerce. Porém, apesar de haver um percentual menor de microempresas que fazem compras pela internet, naquelas que o fazem, as compras on-line representam um percentual médio maior do total de compras realizadas (31%) do que nas maiores (24%). “Isso sugere que, se considerarmos as microempresas que fazem compras e que recebem pedidos on-line, os negócios via internet representam um percentual médio maior do total comercializado na comparação com as grandes, mostrando que, especialmente para as empresas de pequeno porte, esse instrumento é poderoso para as transações comerciais”, comenta Mariana.
A pesquisa indica, ainda, que a atenção dada aos aspectos envolvendo a segurança na rede é baixa e cai conforme diminui o porte da empresa. Quase 70% dos entrevistados relataram que suas empresas não adotam quaisquer medidas de apoio à segurança na rede. Entre as tecnologias de segurança utilizadas pelas microempresas, somente o antivírus é praticamente universal, apresentando indicadores semelhantes aos das grandes empresas. “Uma vez que todas as outras ferramentas de segurança apresentam índices de uso significativamente menores nas micro, notamos que pode haver menor nível de conhecimento com relação aos problemas de segurança entre profissionais ligados ao uso do computador e da internet em empresas pequenas”, afirma Mariana. “Daí a menor taxa de respostas sobre ataques de vírus, em comparação às grandes empresas”, completa.
O uso de softwares livres foi apontado por 13% das pequenas empresas, sendo 52% declararam que o mesmo estava instalado no servidor, 26% no cliente e 17% em ambos. Nos estabelecimentos maiores, esse indicador é de 28%. “Ainda que o uso de software livre signifique, especialmente para as microempresas, economia financeira considerável, a falta de hábito no uso do software não-proprietário e o receio relacionado à manutenção são obstáculos ao uso, principalmente nesse grupo em que o investimento em treinamento tende a ser menor”, detalha Mariana.
Nos doze meses que antecederam o estudo, 13% das microempresas declararam ter contratado especialistas em TI (Tecnologia da Informação), porém 18% apontaram dificuldades na seleção desses funcionários. Dentre as maiores, o percentual de contratação foi de 20%. A principal dificuldade apontada foi a falta de estudos e treinamentos específicos em TI, com índice de 84% nas micro e 79% nas maiores. Em seguida, o obstáculo mais citado foi a falta de experiência, apontado em 75% das micro e 69% naquelas de maior porte.
Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) demonstram a importância das microempresas para a economia brasileira, uma vez que representam 73% das empresas formais contabilizadas ou 1,99 milhão de estabelecimentos em um universo de 2,72 milhões. Já as empresas com dez ou mais funcionários geram 83% dos empregos formais. De acordo com Mariana, “a análise comparativa desses dois universos nos ajuda a compreender o estágio de desenvolvimento tecnológico do país, permitindo o aprofundamento na discussão sobre o uso corporativo das TICs no Brasil”, finaliza.
O estudo completo pode ser encontrado em http://www.cetic.br/empresas/2007/tic-microempresas-2007.pdf.Sobre o CETIC.br
O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no país. Mais informações em http://www.cetic.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil - CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — CEPTRO.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — CETIC.br (http://www.cetic.br/) e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Mais informações em http://www.cgi.br/.
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