NIC.br anuncia resultados da pesquisa sobre o uso da internet no Brasil
Arquivo do Clipping 2006
Veículo: iMasters
Data: 09/11/2006
Assunto: Indicadores
A novidade este ano foi a inclusão de indicadores específicos sobre banda larga e a ampliação do módulo que investigou habilidades para o uso do computador e da Internet. Para compor a análise foram feitas 10.510 entrevistas na zona urbana das cinco regiões do país.
Os dados da TIC Domicílios 2006 mostram que fatores sócio-econômicos ainda são os principais determinantes do acesso às tecnologias da informação no Brasil, já que o acesso a computadores e serviços Internet continua se concentrando nas grandes regiões metropolitanas, em famílias mais ricas e com nível de escolaridade mais alto. "Nossas desigualdades sociais se reproduzem na pesquisa, mas já podemos notar alguns avanços com relação aos resultados do ano passado", afirma Rogério Santanna, conselheiro do CGI.br, destacando que a TIC Domicílios 2006 aponta o aumento na posse de computador em famílias de classe B e C, uma melhora na qualidade do acesso doméstico, assim como o aumento no uso de centros de acesso público pagos, como LAN houses. "Mas ainda precisamos desenvolver políticas públicas diferenciadas para estimular o uso da Internet nas classes DE", completa.
Rogério Santanna explica que o objetivo da TIC Domicílios é mapear o desempenho da Internet no Brasil, monitorando as tendências de posse e uso de Tecnologias da Informação no país. "Com o resultado, esperamos fornecer informações estratégicas para impulsionar o desenvolvimento da rede, garantindo o acesso da população a esta importante infra-estrutura e aos serviços e benefícios oferecidos através dela", explica.
Computador e Internet nos domicílios
Abrangendo também a posse de aparelhos mais convencionais como TV, telefone fixo e celular, a pesquisa mostrou que 97% dos domicílios têm aparelhos de televisão e 49,7% contam com telefone fixo. O telefone celular foi o que mais apresentou crescimento nesta categoria: passou de 61% do total de entrevistados que possuíam o aparelho em 2005 para 68% em 2006. Houve um aumento na presença de computadores nos domicílios, passando de 16,6% em 2005 para 19,6% em 2006. As regiões Sul e Sudeste ficam acima da média nacional, com 25% dos domicílios com acesso ao equipamento. Já as regiões Norte e Nordeste ficam bem abaixo, com 10% e 8,5%, respectivamente.
A internet está presente em 14,5% dos domicílios pesquisados em 2006, número que apresenta uma tendência de crescimento tímida em relação à 2005, quando se registrou 13%. Novamente a classe social influencia: quanto maior a renda, a classe e a escolaridade, mais alta é a proporção de pessoas que possuem acesso doméstico. "A principal justificativa entre aqueles que não dispõem de acesso à internet em casa é a falta de computador, o custo elevado desse equipamento e do acesso.", diz Santanna. A TIC Domicílios 2006 mostra que o tipo predominante de conexão nos domicílios é o modem dial-up, com 49,06%, enquanto a banda larga está presente 28,64% das residências pesquisadas. É o alto custo desse tipo de acesso que impede o seu uso em grande escala no país.
Uso individual do computador e Internet
Com relação ao uso individual, 45,6% dos entrevistados afirmaram já ter usado um computador e 33% já acessaram a Internet pelo menos uma vez na vida, de qualquer lugar. Assim, destaca-se que 54,4% da população brasileira nunca usou um computador e 67% nunca navegou na Internet.
Entre aqueles que utilizaram a Internet nos últimos três meses (27,8%), o local predominante de acesso à rede é a própria casa, com 40%, seguido pelo centro público de acesso pago, como as LAN houses (30%), e o trabalho, 24,4%. Também nota-se que o incremento do acesso em centros públicos pagos se deu principalmente nas classes C (que passou de 19,55% em 2005 para 35,54% em 2006) e DE (que passou de 30,02% em 2005 para 48,08% em 2006). Um dado interessante é que apenas 36,8% dos que já utilizaram computador declaram que a habilidade que têm com informática é suficiente para conseguir um emprego.
Já para o acesso sem fio, foi constatado que 60,61% dos entrevistados utilizaram o telefone celular nos últimos três meses e 46,3% da população afirma possuir um aparelho próprio. Desse total, 88,6% são telefones pré-pagos, e 60,5% usam o telefone para enviar e receber mensagens de texto (SMS).
A metodologia da pesquisa seguiu o padrão internacional da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Instituto de Estatísticas da Comissão Européia (Eurostat), permitindo a comparabilidade internacional. As amostras probabilísticas de cada pesquisa foram desenhadas de forma a apresentar uma margem de erro de no máximo 1,5% no âmbito nacional e de 5% regionalmente. Realizada pela Ipsos Public Affairs, a pesquisa é sistemática estratificada, realizada por conglomerados, em três estágios e com cotas no último estágio. Foram utilizadas cotas de idade, instrução e População Economicamente Ativa (PEA), cruzadas por sexo de acordo com os dados oficiais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2004.
Os demais módulos da pesquisa TIC Domicílios 2006 serão divulgados no início de 2007, sendo eles: governo eletrônico, segurança na rede, uso do e-mail, spam e comércio eletrônico. A TIC Empresas 2006, destinada à análise do uso destas tecnologias em empresas, também será divulgada no início do próximo ano.
Os dados completos da pesquisa estão disponíveis em: http://www.nic.br/indicadores/