Estudo compara uso da Internet por crianças do Brasil e Europa
Relatório apresenta indicadores sobre o uso da rede por crianças e adolescentes
As condições de acesso e uso da Internet por crianças e adolescentes do Brasil e sete países europeus são apresentadas no relatório “Children and Internet use: A comparative analysis of Brazil and seven European countries” (Crianças, adolescentes e Internet: uma análise comparativa entre o Brasil e sete países europeus). A tendência ao uso cada vez mais privativo da Internet por jovens entre 9 e 16 anos de idade do Brasil, Bélgica, Dinamarca, Irlanda, Itália, Portugal, Romênia e Reino Unido é um dos principais resultados apresentados.
O relatório, produzido a partir de pesquisas comparáveis entre os países participantes, conduzidas entre 2013 e 2014, aponta uma significativa presença dos brasileiros nas redes sociais comparada aos outros países.
Os dados brasileiros são da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2013, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Para a pesquisa brasileira, foram entrevistadas 2.261 crianças e adolescentes de 9 a 17 anos usuários de Internet, bem como entrevistas com seus pais ou responsáveis. Os dados europeus foram produzidos pelo projeto Net Children Go Mobile.
Os brasileiros têm menor acesso à rede no ambiente da escola, mas, em contrapartida, estão à frente de outros países quanto ao acesso a dispositivos móveis e à presença de crianças entre 9 a 10 anos nas redes sociais. O estudo mostra que uma em cada três crianças brasileiras usuárias de Internet acessam a rede por dispositivos móveis (33%), patamar superior a países como Romênia (15%), Irlanda (13%), Portugal (13%) e Bélgica (11%). O acesso à Internet no próprio quarto ou em outro ambiente privativo da casa é prática comum às crianças e adolescentes de quase todos os países analisados: mais da metade (56%) dos brasileiros usuários de Internet, 85% na Dinamarca, 70% no Reino Unido, 69% na Itália e Romênia, 60% na Irlanda e em Portugal. A exceção fica por conta da Bélgica (48%).
Educação e atividades on-line
Na escola, o acesso à Internet é limitado a apenas um terço das crianças brasileiras usuárias de Internet (36%). Essa proporção é inferior ao verificado na maioria dos países europeus envolvidos no estudo: Reino Unido (88%), Dinamarca (80%), Romênia (53%), Portugal (49%), Irlanda (47%) e Bélgica (39%),com exceção da Itália (26%). "Em vez de restringir o acesso à Internet, as escolas brasileiras deveriam valorizá-lo e investir nessa tecnologia, permitindo que as crianças explorem plenamente o potencial da Internet e sejam capacitadas para o seu uso seguro", considera Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
Assistir aos vídeos ou clipes on-line e utilizar redes sociais são as atividades mais citadas por crianças e adolescentes com idades entre 11 e 16 anos em todos os países do estudo. Os dinamarqueses (70%), romenos (58%), irlandeses (49%) e britânicos (49%) preferem assistir aos vídeos on-line, enquanto as redes sociais aparecem como a principal atividade para adolescentes italianos (59%), brasileiros (52%), portugueses (50%) e belgas (48%).
Redes sociais
Em relação à presença nas redes sociais, 78% das crianças e adolescentes brasileiros usuários de Internet possuem perfil próprio, mesmo patamar da Romênia (78%) e Dinamarca (81%). No Brasil, as crianças de 9 e 10 anos são as mais presentes (52%) nesses canais entre os países analisados: Romênia (50%), Dinamarca (41%), Portugal (26%), Bélgica (22%), Reino Unido (19%), Itália (15%) e Irlanda (14%).
Ainda de acordo com o estudo, grande parte dos jovens brasileiros valoriza ter grande número de contatos on-line e demonstra pouca preocupação a manutenção de perfis públicos nessas redes. No Brasil, mais da metade das crianças (54%) afirma ter mais de 100 contatos em seu principal perfil, fenômeno parecido com a Romênia (64%). Além disso, 42% dos brasileiros possuem perfil totalmente público, sendo essa proporção de apenas 15% na Itália.
Para mais informações sobre a análise comparativa entre a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2013 e a Net Children Go Mobile, acesse: http://www.lse.ac.uk/media@lse/research/EUKidsOnline/EU%20Kids%20III/Reports/FullReportBrazilNCGM.pdf
Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. Mais informações em http://www.cetic.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil. São atividades permanentes do NIC.br coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), fomentar e impulsionar a evolução da Web no Brasil — Ceweb.br (http://www.ceweb.br/) e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios de multilateralidade, transparência e democracia, o CGI.br representa um modelo de governança multissetorial da Internet com efetiva participação de todos os setores da sociedade nas suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em http://www.cgi.br/.
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