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Uso da Internet para doações on-line é incipiente entre organizações sem fins lucrativos brasileiras


20 DEZ 2017



Pesquisa do Cetic.br também investigou prestação de contas e transparência na Internet

A tecnologia da Internet pode ajudar na captação de recursos para as entidades sem fins lucrativos, mas apenas 6% declararam ter recebido doações pela Internet em 2016, revela a 3ª edição da pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos. Lançada nesta quarta-feira (20) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a pesquisa também revela que ao captar recursos pela Internet, o canal  mais citado foi perfil ou conta em redes sociais on-line (5%), seguido de website da organização (2%) e plataformas de crowdfunding (1%).

Ainda de acordo com o estudo, a maior parte das organizações com acesso à Internet acredita que as TIC contribuem pouco ou não contribuem para aumentar a captação de recursos (61%).

“As organizações sem fins lucrativos possuem um importante papel no desenvolvimento de estratégias para a efetivação de direitos como, por exemplo, na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entretanto, elas necessitam estar adequadamente equipadas para realizar essas atividades. Os recursos tecnológicos são essenciais e podem ser utilizados não só para captar recursos, mas para divulgar as ações realizadas, interagir com os cidadãos ou outras entidades”, aponta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.

Uso de computador e Internet
Os resultados das três edições da pesquisa apontam uma estabilidade com relação ao acesso ao computador e Internet por parte das organizações. Em 2012, 78% declararam que utilizaram computadores, enquanto em 2016, essa proporção foi de 76%. Já o acesso à Internet estava presente em 71% daquelas que responderam ao estudo em 2016. A ausência de recursos financeiros ainda é a dificuldade mais citada para o uso de computador e Internet (60%), seguida por baixa velocidade de conexão à Internet (46%) – mencionada em maior proporção por entidades do Norte (63%), Centro-Oeste (55%) e Nordeste (53%).

Em 2016, cresceu a proporção de organizações que contaram com computadores novos adquiridos pelas próprias entidades, de 74% (2014) para 83% (2016), e também aumentou a proporção daquelas que contrataram conexões à Internet de maior velocidade – a proporção dos que contavam com conexão entre 10 e 50 Mbps mais do que dobrou: de 8% (2014) para 19% (2016).

Presença e atividades em websites e redes sociais
Ainda de acordo com a pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos 2016, 67% das organizações estão presentes na Internet por meio de website e/ou redes sociais, sendo que quase um terço delas (29%) estão em ambas as plataformas on-line. Assim como já apontado nas edições anteriores, o uso das redes sociais é mais frequente (60%) se comparado à posse de website (37%), ainda que, entre 2014 e 2016, tenha aumentado a proporção de organizações, com 10 ou mais pessoas remuneradas, que contam com páginas na Internet, passando de 41% para 54%.

Entre aquelas que possuem website, os recursos mais mencionados foram a publicação de informações sobre as atividades da organização (84%) e notícias (81%). Em relação às atividades realizadas nas redes sociais, as mais citadas foram: postar notícias sobre a organização (89%) e temas relacionados à sua área de atuação (83%). Cerca de três em cada quatro organizações responderam comentários e dúvidas dos usuários por meio de perfis ou contas em redes sociais.

Prestação de contas e transparência 
A pesquisa também investiga alguns aspectos que permitem compreender como as organizações utilizam a Internet para divulgar suas prestações de contas. Em relação às entidades que possuíam website, aproximadamente uma a cada quatro (27%) publicou informações e balanço sobre prestação de contas em seu website. Entre aquelas com perfis em redes sociais, aproximadamente um terço (35%) declarou postar informações para prestação de contas. “Os resultados apontam que as organizações ainda podem ampliar a divulgação de suas prestações contas e balanços na Internet. Tais ações podem gerar maior confiança dos doadores e atrair mais indivíduos que apoiem as iniciativas da entidade, além de reforçar o compromisso com a transparência de suas atividades”, reforça Barbosa.

Sobre a pesquisa
Realizada entre maio e setembro de 2016, a pesquisa TIC Organizações Sem Fins Lucrativos investiga a existência de infraestrutura de tecnologias de informação e comunicação (TIC) e o uso dessas tecnologias nas organizações sem lucrativos brasileiras. Além disso, também mapeia as capacidades e habilidades acumuladas nas entidades em relação às TIC. Em 2016, foram entrevistadas 4.001 organizações de diversos segmentos, tais como associações patronais, profissionais e sindicais e entidades ligadas às áreas de saúde e assistência social, educação e pesquisa, religião, desenvolvimento e defesa de direitos, entre outras.

Para acessar a pesquisa na íntegra, assim como rever a série histórica, visite: http://cetic.br/pesquisa/osfil/indicadores. Leia a publicação anual: http://cetic.br/pesquisa/osfil/publicacoes. E compare a evolução dos indicadores a partir da visualização de dados: http://data.cetic.br/cetic/explore?idPesquisa=TIC_OSFIL.

Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. Mais informações em http://www.cetic.br/.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em http://www.cgi.br/.