Telecentros atuam na formação para uso das tecnologias e para inclusão digital no Brasil
A TIC Centros Públicos de Acesso 2019, do CGI.br, indica que 55% desses espaços oferecem cursos relacionados ao uso do computador e 50% sobre utilização da Internet
O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) divulgou hoje (7/7) os resultados da segunda edição da pesquisa TIC Centros Públicos de Acesso, que mapeou as principais características dos telecentros que receberam algum apoio do governo federal para ofertar gratuitamente acesso à Internet. A pesquisa aponta que os telecentros têm um papel importante para formação das comunidades locais no que se refere ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Entre os telecentros que disponibilizaram computador com acesso à Internet para os públicos nos três meses anteriores ao estudo, 55% ofereceram cursos relacionados ao uso do computador, 50% sobre utilização da Internet e 39% cursos de capacitação profissional. Além disso, oito em cada dez centros públicos de acesso contam com monitores para orientar os usuários. Em 2019 esses ambientes eram utilizados, em sua maioria, para pesquisa escolar (96%), digitação de currículos ou outros documentos (75%), utilização de CD, DVD e pendrive (74%) e para o acesso à Internet por conexão via Wi-Fi (63%).
“Esses espaços são essenciais para suprir a falta de acesso à Internet e à dispositivos eletrônicos, especialmente em localidades que ainda enfrentam dificuldades de uso da rede no âmbito domiciliar como nas áreas rurais, e entre os indivíduos que não possuem recursos para estarem conectados”, explica Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
A pesquisa aponta ainda que cerca de metade dos telecentros em funcionamento das regiões Nordeste e Centro-Oeste oferecem capacitação profissional, enquanto no Sul o percentual cai para 30%. Cursos relacionados ao uso da Internet também foram mais frequentes entre os centros públicos de acesso das regiões Nordeste (62%) e Centro-Oeste (56%), sendo que na região Norte a proporção foi de 38%.
Conexão à Internet
A qualidade e a velocidade da conexão oferecida nesses ambientes tiveram um avanço em relação a primeira edição da pesquisa, realizada em 2013. Na época, constatou-se que a conexão via cabo era oferecida a apenas 19% desses telecentros, e as principais formas de acesso à Internet eram via satélite (53%) e linha telefônica – DSL (26%). A TIC Centros Públicos de Acesso 2019 mostra que a conexão via cabo já é realidade para 70% desses estabelecimentos, seguida de conexão via fibra óptica (36%) e satélite (23%). A velocidade de conexão também apresentou melhorias. Em 2013, a faixa mais oferecida era a de até 1 Mbps (41%). Hoje, 19% desses espaços contam com velocidade de conexão acima de 5 a 10 Mbps e 27% deles, com conexão de 1 até 5 Mbps.
Características de funcionamento
Os dados de 2019 mostram que grande parte dos telecentros em funcionamento estão localizados em instituições ligadas às áreas da educação e da cultura como escolas (31%) ou bibliotecas (22%), e 9% em associações comunitárias ou entidades assistenciais. Em menores proporções, os telecentros também estão localizados em centros culturais (6%), na própria prefeitura dos municípios (5%) e em organizações não governamentais (5%). No Norte do país, cerca de sete em cada dez telecentros foram instituídos em escolas (69%); no Sul, o local mais citado foram as bibliotecas (37%); no Nordeste 15% dos telecentros estavam em associações comunitárias ou entidades assistenciais.
“Os benefícios da implementação de telecentros para a promoção da inclusão digital podem ir além de garantir o acesso à rede, auxiliando também no fomento ao uso e à apropriação das tecnologias pela população, promovendo a ampliação das habilidades digitais de seus usuários”, avalia Barbosa.
Geralmente, os telecentros são administrados por uma entidade do setor público: 72% deles são administrados pela esfera municipal, sendo pequena a parcela gerida diretamente pelos governos estaduais (7%) e federal (6%). Do total de telecentros apoiados pelo governo federal, foi estimado que 32% estão no Sudeste, 29% no Nordeste, 15% no Sul, 14% no Norte e 10% no Centro-Oeste do País.
"O Cetic.br, que em 2020 completa 15 anos, desempenha um papel relevante na produção de estatísticas sobre o desenvolvimento da sociedade da informação. Por meio das pesquisas TIC do CGI.br podemos monitorar os avanços e subsidiar políticas públicas que venham a ser desenhadas para que a utilização das TIC tenha efeitos positivos para a sociedade e a economia" complementa Maximiliano Martinhão, Coordenador do CGI.br.
Publicação dos dados
Os novos indicadores da TIC Centros Públicos de Acesso foram divulgados em evento on-line, ocasião em houve a publicação dessa pesquisa, bem como da TIC Empresas e da TIC Governo Eletrônico 2019. O lançamento foi transmitido pelo canal do NIC.br no YouTube, e contou ainda com um debate com especialistas de diversos setores sobre “Transformação Digital no Brasil”. Reveja a transmissão do evento (https://www.youtube.com/watch?v=VoGT8UQWOHA) e acesse as publicações em https://cetic.br/pt/publicacoes/indice/pesquisas/.
Sobre a pesquisa
Realizada entre fevereiro e junho de 2019, a TIC Centros Públicos de Acesso tem como objetivo apresentar um mapeamento de abrangência nacional sobre a oferta de acesso à Internet e serviços prestados por centros públicos de acesso no Brasil apoiados pelo governo federal, em especial os telecentros. A pesquisa contou com o apoio institucional do Departamento de Inclusão Digital do Governo Federal. No total, foram entrevistados 2.839 telecentros em todo o país.
O conjunto completo de indicadores da pesquisa está disponível em https://cetic.br/pt/pesquisa/centros-publicos/.
Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. Mais informações em http://www.cetic.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em http://www.cgi.br/.
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