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Empresas contratam soluções de IA no setor privado, mas parcerias com universidades ainda são limitadas, revela pesquisa


13 MAI 2025



Lançada nesta terça-feira em evento de celebração dos 20 anos do Cetic.br, TIC Empresas 2024 traz indicadores inéditos sobre desenvolvimento de IA

Em 2024, 13% das empresas brasileiras declararam utilizar aplicações de IA, mesma proporção registrada em 2023 e 2021, segundo a 16ª edição da TIC Empresas, lançada nesta terça-feira (13) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), durante o Seminário Internacional Cetic.br 20 anos – Dados e Análises para um Futuro Digital e Inclusivo. A pesquisa investigou pela primeira vez como o setor empresarial no país adquire software e sistemas de inteligência artificial, e também as parcerias e ações estabelecidas para o desenvolvimento de IA. Os resultados revelam predomínio de "soluções de prateleira", e a terceirização da gestão da IA.

De acordo com o levantamento conduzido pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entre as empresas que utilizaram IA, 76% adquiriram software ou sistemas prontos e 56% contrataram fornecedores externos para desenvolver ou modificar software e sistemas, enquanto 25% afirmaram que os sistemas de IA em uso foram desenvolvidos internamente. Em termos de parcerias para o desenvolvimento de IA, a minoria das empresas que utilizaram IA o fizeram em conjunto com fundações ou associações sem fins lucrativos (12%), universidades ou centros de pesquisa (12%) e órgãos de governo (7%).

“A preferência por soluções de prateleira e o uso de fornecedores externos evidenciam que as empresas brasileiras ainda estão dando os primeiros passos na adoção da inteligência artificial. A pesquisa também mostra uma baixa interação entre as empresas e universidades, organizações do terceiro setor e órgãos do governo”, avalia Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.

Os indicadores mostram ainda que a IA está presente, sobretudo, nas grandes empresas (38%), e naquelas que atuam na área de tecnologia da informação e comunicação (38%). As aplicações mais usadas são as relacionadas à automação de processos e fluxos de trabalho (63% das empresas que utilizaram IA), seguidas das de reconhecimento e processamento de imagens que identificam objetos ou pessoas (33% das empresas que utilizaram IA).

A TIC Empresas 2024 traz também dados sobre o uso de outras tecnologias avançadas, como serviços em nuvem e Internet das coisas (IoT). Entre 2021 e 2024, a proporção de empresas que contrataram serviços em nuvem passou de 29% para 33%, indicando um cenário de estabilidade. Já a porcentagem daquelas que utilizam dispositivos inteligentes ou de IoT é de 14%, o que corresponde um total de aproximadamente 70.546 empresas, com clara prevalência nas de grande porte (37%) em relação às médias (28%) e pequenas (12%).

Conectividade e presença online
A 16ª edição da pesquisa mostra que 92% das pequenas, médias e grandes empresas estavam conectadas à Internet via fibra óptica em 2024. Em um contexto de prevalência desse tipo de conexão, a busca por maiores velocidades de download tem crescido. Enquanto a proporção de empresas que optaram por velocidades de até de 300 Mbps recuou entre 2023 e 2024 de 54% para 43%, observou-se que, no mesmo período, houve um aumento na porcentagem daquelas que contrataram velocidades acima de 500 Mbps, passando de 21% para 28%.

“O crescimento não é apenas reflexo de uma maior oferta da fibra óptica no país, mas demonstra também a capacidade dos negócios de todos os portes em melhorar suas conexões à Internet ao longo do tempo”, comenta Barbosa.

As redes sociais seguem como a principal forma de presença online entre as empresas brasileiras (89%) – pouco mais da metade (53%) possuíam website em 2024. Segundo a pesquisa, 74% utilizaram WhatsApp ou Telegram no ano passado, um crescimento de 32 pontos percentuais em relação a 2017 (42%). Aumento expressivo também foi notado no uso do Instagram, Snapchat, TikTok ou Flickr, que passou de 22% em 2017 para 74% em 2024.

Comércio eletrônico
Em 2024, 61% das empresas brasileiras venderam produtos e serviços pela Internet. Dentre os meios utilizados para realizar transações online, predominaram WhatsApp, Skype ou chat do Facebook (49%), proporção que foi de 55% em 2023. O uso do e-mail apresentou queda: em 2024, 34% das empresas venderam por este canal, proporção que era de 40% em 2023. Vale destacar que os meios desenvolvidos para lidar exclusivamente com comércio eletrônico, tais como website, aplicativos, sites de vendas, extranet e intercâmbio eletrônico de dados, apresentaram estabilidade entre 2023 e 2024.

Sobre a pesquisa
A TIC Empresas 2024 mapeou a incorporação das TIC, sobretudo as novas tecnologias como IA, entre as empresas brasileiras com mais de dez pessoas ocupadas. Também investigou práticas de comércio eletrônico, de segurança digital, assim como aspectos de conectividade e presença online, contemplando a realidade das empresas brasileiras e comparando-as a indicadores internacionais.

A coleta de dados da 16ª edição, ocorreu entre março e novembro de 2024. Foram entrevistadas 4.453 empresas, apresentando resultados por porte, região geográfica e setor de atividade econômica. Os resultados da pesquisa, incluindo as tabelas de proporções, totais e margens de erro, estão disponíveis no site https://cetic.br/pt/pesquisa/empresas/indicadores/. O “Relatório Metodológico” e o “Relatório de Coleta de Dados” podem ser consultados tanto na publicação impressa da pesquisa como no site do Cetic.br|NIC.br.

Realizada desde 2005, a TIC Empresas adota padrões internacionais estabelecidos por entidades tais como a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia.

Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre o acesso e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br|NIC.br é, também, um Centro Regional de Estudos sob os auspícios da UNESCO, e completa 20 anos de atuação em 2025. Mais informações em https://cetic.br/.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte:  Registro.br (https://registro.br/), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br/), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br/) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003). Mais informações em https://cgi.br/.

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